janeiro 16, 2009

Acordei com uma frase na cabeça que não saiu do meu pensamento: "não ando perdido, mas desencontrado". (In)felizmente, sabia não se tratar de uma criação minha. Mas, ao revirar a mente em busca dos outros versos que compõem o poema, estranhamente nenhum outro me acudiu. Certeza mesmo só da autoria. Mesmo sem conseguir relembrar por inteiro, o fragmento "não ando perdido, mas desencontrado" veio - a todo momento - em meu socorro... (um conforto pra minha inquietude). Mesmo assim tratei de buscar o resto... E como é belo!
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"Por mim, e por vós, e por mais aquilo
que está onde as outras coisas nunca estão,
deixo o mar bravo e o céu tranquilo:
quero solidão.

Meu caminho é sem marcos nem paisagens.
E como o conheces? - me perguntarão.
- Por não ter palavras, por não ter imagens.
Nenhum inimigo e nenhum irmão.

Que procuras? - Tudo. Que desejas? - Nada.
Viajo sozinha com o meu coração
Não ando perdida, mas desencontrada.
Levo o meu rumo na minha mão.

A memória voou da minha fronte.
Voou meu amor, minha imaginação...
Talvez eu morra antes do horizonte.
Memória, amor e o resto onde estarão?

Deixo aqui meu corpo, entre o sol e a terra.
(Beijo-te, corpo meu, todo desilusão!
Estandarte triste de uma estranha guerra...)

Quero solidão."

(DESPEDIDA - Cecília Meirelles)

Um comentário:

Anônimo disse...

LINDO TEXTO ESTE... TUDO HAVER COM VC....NÃO ESTÁS PERDIDO MEU AMIGO..ESTÁS SOMENTE DESENCONTRADO...
COMO UM BEBADO, EMBRIAGO, TENTANDO JUNTAR O MESMO NUM SÓ.
CARLOS