janeiro 30, 2009

A NOITE DO MEU BEM
Composição: Dolores Duran
Interpretação: Maria Bethânia

janeiro 29, 2009

Minha homenagem

Quando se presta homenagem é por merecimento ou pela intenção de exaltar alguém que talvez nem se renda ao que foi dito. Esta é diferente! A razão da minha é este sentimento que não sei qual nome dar: carinho, amizade, amor, cumplicidade, afinidade... Não sei. Que importa? Tenho em mim uma admiração sem medida, uma alegria de poder sentir a companhia mesmo que distante e a certeza de estar muito próximo, mais até que daqueles do dia-a-dia. Ah, como é bom me deliciar com as linhas escritas por suas mãos, o tempero das suas palavras, a verdade do olhar que tardei a fitar de perto e o sorriso mais bonito e sincero que meus olhos já puderam contemplar. Certo é que quero ter para sempre comigo. Egoísmo seria? E se for, mal seria? Entretanto, suspeito que o real motivo não se renda às obviedades. Um transcendente querer bem que contagia e me perfuma as mãos até quando insisto em fechar os olhos para a beleza da vida. Tantas são as cores que só comecei a enxergar depois que você me contou da existência delas. Quantas ainda não consigo ver? Intuo que sejam muitas, mas as quero todas no meu estojo de pintar. Obrigado por tudo!

janeiro 28, 2009

"Sem piedade e sem pudor, sem dó e sem cuidado
à minha volta espessos muros tão altos quem teceu?

E eis­‑me agora aqui na sorte a que fui dado,
em mais não penso: não me sai da idéia o que aconteceu.

Lá fora há tanto que fazer - tudo ruído!
E, se estes muros construíram, porque não dei por tal?

Não ouvi de pedreiro nem voz nem ruído
E sem saber fiquei fechado, sem vista e sem portal."


(MUROS - Konstantínos Kaváfis)

janeiro 26, 2009

Insônia

Tão difícil não reconhecer a si mesmo
enxergar-se um estranho
os sentimentos anestesiados
a vida monocromática.

Andar tateando muros
numa busca errante
os passos num caminhar a esmo
as lágrimas que transbordam uma dor pungente.

Falta-me o ar
tudo é alheio ao que sinto
nada ameniza esse desassossego
desencontrado e num constante desatino.

Lamento tanto por mim mesmo
saudoso dos dias de inocência
amargurado e desencontrado
desesperadamente inquieto.

janeiro 16, 2009

Acordei com uma frase na cabeça que não saiu do meu pensamento: "não ando perdido, mas desencontrado". (In)felizmente, sabia não se tratar de uma criação minha. Mas, ao revirar a mente em busca dos outros versos que compõem o poema, estranhamente nenhum outro me acudiu. Certeza mesmo só da autoria. Mesmo sem conseguir relembrar por inteiro, o fragmento "não ando perdido, mas desencontrado" veio - a todo momento - em meu socorro... (um conforto pra minha inquietude). Mesmo assim tratei de buscar o resto... E como é belo!
.
"Por mim, e por vós, e por mais aquilo
que está onde as outras coisas nunca estão,
deixo o mar bravo e o céu tranquilo:
quero solidão.

Meu caminho é sem marcos nem paisagens.
E como o conheces? - me perguntarão.
- Por não ter palavras, por não ter imagens.
Nenhum inimigo e nenhum irmão.

Que procuras? - Tudo. Que desejas? - Nada.
Viajo sozinha com o meu coração
Não ando perdida, mas desencontrada.
Levo o meu rumo na minha mão.

A memória voou da minha fronte.
Voou meu amor, minha imaginação...
Talvez eu morra antes do horizonte.
Memória, amor e o resto onde estarão?

Deixo aqui meu corpo, entre o sol e a terra.
(Beijo-te, corpo meu, todo desilusão!
Estandarte triste de uma estranha guerra...)

Quero solidão."

(DESPEDIDA - Cecília Meirelles)

janeiro 15, 2009

I DON'T WANT TO TALK ABOUT IT
Rod Stewart e Amy Belle

janeiro 06, 2009

"Tantas palavras escritas desde o princípio, tantos traços, tantos sinais, tantas pinturas, tanta necessidade de explicar e entender, e ao mesmo tempo tanta dificuldade porque ainda não acabamos de explicar e ainda não conseguimos entender."
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(José Saramago)