julho 06, 2008

E aprendi que se depende sempre
De tanta muita diferente gente
Toda pessoa sempre é as marcas
Das lições diárias de outras tantas pessoas
É tão bonito quando a gente entende
Que a gente é tanta gente
Onde quer que a gente vá
É tão bonito quando a gente sente
Que nunca está sozinho
Por mais que se pense estar.


(Excerto da música "Caminhos do Coração", composta por Gonzaguinha)

julho 05, 2008

Felicidade (?)

Não raro sou surpreendido por aqueles (sobretudo aquelas) a indagarem a si mesmo (e ao mundo) acerca da felicidade. Uma busca... uma necessidade... obcessão, talvez. Seria ilusão? Não alcanço o conceito, a origem e o fim... De tão abstrata, me escapa pelos dedos o entendimento dessa ficção constantemente reinventada para conferir algum sentido à insensatez da vida (se vivida... ou mesmo que não seja). Uma metáfora, por certo. Mas, há os que nela acreditam e a ela se dedicam como único meio de salvação (im)possível. Um ente quase divino a imiscuir-se entre os pagãos e mortais, seres dementes e carentes e imperfeitos enquanto temporariamente realizados nessa transitoriedade terrena onde nada, de fato, é. Não me oponho à felicidade ou aos que se dizem felizes... É que não acredito na plenitude desse "clima da alma". Parece mais viável cogitar instantes agraciados por sua presença etérea, as inumeráveis possibilidades do ser, do estar e do sentir.

julho 04, 2008

Tanto de tanta coisa...

Trago em mim um tanto de emoções e razões e dúvidas e queixas
um tanto tamanho que quase me toma conta
que me abraça e anseia conter até o que não tenho
até mesmo o que desejo e finjo esquecer

É um tanto tamanho que me angustia e até faz ter orgulho de mim
um tanto de tolices, bobagens, meias-verdades
um tanto de remorso, outro tanto de inquietudes

e esse fardo um tanto denso a me pesar sobre os ombros

Esse tanto de cansaço está além de mim
Quero tanto tanto...
acordar desse esconde-esconde sem fim que ultrapassa minhas vontades
despertar num instante adiante (um tanto melhor, por certo)

Haveria um tanto menos de dor?
Um tanto mais de alegrias e preocupações menores?

Um tanto da tão cobiçada e querida e defendida e perseguida (e abstrata) felicidade?
Um pouco de tanto, um tanto de tudo... ou nem tanto?