janeiro 31, 2008

Epifania

Num daqueles despretensiosos dias, lembro ter me deparado com uma modesta e improvisada feira de livros na entrada da faculdade. Passeando os olhos pelas capas, tive a impressão de estarem empoeirados, gastos... usados talvez. Fosse, quem sabe, uma queima de estoque para bolsos desguarnecidos. Fitando-os com certo desdém e uma ponta de indiferença, surpreendi-me com um exemplar cujo título não me recordo por completo, mas que continha a intrigante expressão "saudade do futuro". Jamais esqueci disso... Hoje, me pergunto o porquê de não tê-lo comprado. Não sei dizer. Sei que, desde então, tem me despertado epifanias... Trago comigo uma intensa e melancólica saudade do futuro... dos dias que virão. Como se fosse um presságio que me fizesse intuir a materialização do que - por enquanto - é sonho. Como se, ao estender a mão, eu pudesse tocar. Uma incerteza certa... Uma exatidão ilógica... Talvez, meras abstrações de quem vive perdido em devaneios.

Um comentário:

Anônimo disse...

...é meu caro amigo, suas palavras me parecem uma orquestra para os olhos!!! marcustrix