agosto 23, 2009

Eu minto...


"Tudo o que falo aqui,
falo como um imperfeito
que procura ser aceito,
que procura entender o seu interior.
Vou até quase o final,
mas, quando chega o momento fatal,
paro para pensar
se o que eu penso, quero e desejo
é algo anormal.
Não minto quando digo que amo,
minto quando não quero macular isso,
não minto quando digo que nem tudo posso dizer,
porque pelo menos um íntimo meu preciso ter,
mas, minto quando prometo dizer tudo que sinto,
porque, nem tudo que sinto, é algo certo,
talvez porque esteja me preparando para entender,
talvez esteja querendo mesmo é que passe,
e as coisas se resolvam como o sol na poça,
evapore e só fique a marca do que foi.
Eu minto quando invento coisas que não posso ser,
mas não minto quando mostro o que sou e fiz.
Eu minto quando digo que entendo a solidão,
que saberei conviver com ela,
e não minto quando faço tudo para superar
essa dor de ocasião.
Eu minto quando um dia te disse que era forte
mas, não minto, que hoje, sei mostrar minha fraqueza inteira.
Eu minto quando digo que faço tudo para não magoar,
mas não minto quando sei fazer tudo pelo próximo que gosto,
pelas pessoas que quero bem.
Minto quando digo que superei as coisas que passaram
mas, não minto quando digo que aprendi
e que não irei repetir,
talvez novos erros,
jamais repetir os mesmos erros.
Eu minto porque não sou perfeito
e não minto quando digo que já consegui me abrir muito,
até mais que imagino,
até além do que deveria,
fui escancarado no meu íntimo e,
de agora em diante,
preciso construir um novo lar
para o meu ser,
só meu...
sem olhares,
nem recriminações,
com amigos sinceros
e inimigos honestos.
"

(Carlos Eduardo, 23 de agosto de 2004)

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