outubro 24, 2009

Confissão


Dias em que tudo parece tão quieto
dentro de mim um amontoado de dispersões
me sopram aos ouvidos a certeza dessa ilusória mansidão
dos ponteiros que marcam o compasso das horas.

Aquele resgate do tanto que tenho vivido
a pena do que não vivi e foi deixado pra trás
as muitas alegrias (ou tristezas) que virão
dos encontros, dos desencontros
das chegadas e muitas partidas.

O pulsar do desejo latente que cá está
instalado em meio a tantas outras necessidades
do afago que precisa ser compartilhado
da conversa silenciosa dos olhos que buscam cumplicidade.

O encanto das sentimentalidades que trazemos dentro de nós
o corar de ser pego rascunhando cartas
que jamais chegarão ao destino
e para sempre pemanecerão escritas no breve espaço de tempo
em que pude sentir de perto a verdade escondida naquele olhar.

As tentativas que se deixam frustrar por medo
o receio de perder o que nunca tive
pelo que ainda gostaria de dizer sem a censura do julgamento alheio
nem o fingimento de reescrever emoções
... um coração que já não sente dores
mas pulsa em silêncio o seu amor.

Um comentário:

Anônimo disse...

gostei muito da poesia..EM QUEM SERÁ QUE VOCÊ PENSAVA, além de você mesmo? LINDO MESMO....
CARLOS