É simplesmente isso que lhes ofereço. Sem métrica, sem pretensões (embora a ausência possa ser a maior de todas elas). São fragmentos: devaneios em verso e prosa. Quem sabe um desatino, metáforas, as vozes dos meus alteregos.
outubro 24, 2009
Confissão

Dias em que tudo parece tão quieto
dentro de mim um amontoado de dispersões
me sopram aos ouvidos a certeza dessa ilusória mansidão
dos ponteiros que marcam o compasso das horas.
Aquele resgate do tanto que tenho vivido
a pena do que não vivi e foi deixado pra trás
as muitas alegrias (ou tristezas) que virão
dos encontros, dos desencontros
das chegadas e muitas partidas.
O pulsar do desejo latente que cá está
instalado em meio a tantas outras necessidades
do afago que precisa ser compartilhado
da conversa silenciosa dos olhos que buscam cumplicidade.
O encanto das sentimentalidades que trazemos dentro de nós
o corar de ser pego rascunhando cartas
que jamais chegarão ao destino
e para sempre pemanecerão escritas no breve espaço de tempo
em que pude sentir de perto a verdade escondida naquele olhar.
As tentativas que se deixam frustrar por medo
o receio de perder o que nunca tive
pelo que ainda gostaria de dizer sem a censura do julgamento alheio
nem o fingimento de reescrever emoções
... um coração que já não sente dores
mas pulsa em silêncio o seu amor.
dentro de mim um amontoado de dispersões
me sopram aos ouvidos a certeza dessa ilusória mansidão
dos ponteiros que marcam o compasso das horas.
Aquele resgate do tanto que tenho vivido
a pena do que não vivi e foi deixado pra trás
as muitas alegrias (ou tristezas) que virão
dos encontros, dos desencontros
das chegadas e muitas partidas.
O pulsar do desejo latente que cá está
instalado em meio a tantas outras necessidades
do afago que precisa ser compartilhado
da conversa silenciosa dos olhos que buscam cumplicidade.
O encanto das sentimentalidades que trazemos dentro de nós
o corar de ser pego rascunhando cartas
que jamais chegarão ao destino
e para sempre pemanecerão escritas no breve espaço de tempo
em que pude sentir de perto a verdade escondida naquele olhar.
As tentativas que se deixam frustrar por medo
o receio de perder o que nunca tive
pelo que ainda gostaria de dizer sem a censura do julgamento alheio
nem o fingimento de reescrever emoções
... um coração que já não sente dores
mas pulsa em silêncio o seu amor.
outubro 05, 2009
Orfandade

"Meu Deus,
me dê cinco anos.
Me dê um pé de fedegoso com formiga preta,
me dê um Natal e sua véspera,
o ressonar das pessoas no quartinho.
Me dê a negrinha Fia pra eu brincar,
me dê uma noite pra eu dormir com minha mãe.
Me dê minha mãe, alegria sã e medo remediável,
me dá a mão, me cura de ser grande.
Ó meu Deus, meu pai,
meu pai."
(Adélia Prado)
me dê cinco anos.
Me dê um pé de fedegoso com formiga preta,
me dê um Natal e sua véspera,
o ressonar das pessoas no quartinho.
Me dê a negrinha Fia pra eu brincar,
me dê uma noite pra eu dormir com minha mãe.
Me dê minha mãe, alegria sã e medo remediável,
me dá a mão, me cura de ser grande.
Ó meu Deus, meu pai,
meu pai."
(Adélia Prado)
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