junho 30, 2009

Caraminholas


Muito do que vi e senti se perdeu

nos dias que se seguiram
na gente que conheci
nas angústias experimentadas
nas tentativas frustradas
no tempo...
em mim mesmo.

Tudo estava ali...
era eu que não estava.
Por mais que buscasse resgatar
as lembranças me escapavam
em lapsos de cansaço

a me antecipar a resposta
de uma pergunta que não fiz.

Cadê aquele menino-homem de caraminholas na cabeça?
Onde está? - indaguei aflito.
Procurei, procurei... não encontrei.
O sentido de tudo é outro.
O menino não quis mais brincar
e se escondeu.

O homem segue a descobrir
caminhos, pessoas, verdades, dores, sabores...
trocando passos com suas certezas e incertezas
suas lutas, sonhos...
No fundo ele também quer ser feliz.


Dizem que o menino ainda pode ser visto...
Por vezes, se esconde no bolso do paletó
outras adormece sem dizer onde está
alguns atentos percebem suas pegadas aqui e ali
há os que juram poderem enxerga-lo sorrindo no olhar do homem.

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