Tenho desgostado de quase tudo...
Uma impaciência para com a vida, o mundo
as pessoas que me cercam.
Uma vontade desesperada de fugir
uma viagem sem regresso
a impalpável leveza de um sonho infinito e belo.
Um cansaço das incertezas
e até o que é certo me tem ferido a alma.
A ordem ciclotímica dos dias
me consomem energias vitais
e refugio-me na inação de quem espera
de quem deseja e tem medo
de quem arrisca e se arrepende
de quem sonha alçar vôos
e tem os pés presos ao chão.
Comprei ilusões a prestações
e nunca mais fui inteiro
nunca mais respirei a paz comigo mesmo
nunca mais fui
senão a infeliz distorção do que planejei ser.
É simplesmente isso que lhes ofereço. Sem métrica, sem pretensões (embora a ausência possa ser a maior de todas elas). São fragmentos: devaneios em verso e prosa. Quem sabe um desatino, metáforas, as vozes dos meus alteregos.
abril 29, 2008
abril 22, 2008

"(...) Fiz de mim o que não soube
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara (...)"
(Excerto extraído do poema 'Tabacaria', cuja autoria foi atribuída por Fernando Pessoa ao seu heterônimo Álvaro de Campos)
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara (...)"
(Excerto extraído do poema 'Tabacaria', cuja autoria foi atribuída por Fernando Pessoa ao seu heterônimo Álvaro de Campos)
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