É simplesmente isso que lhes ofereço. Sem métrica, sem pretensões (embora a ausência possa ser a maior de todas elas). São fragmentos: devaneios em verso e prosa. Quem sabe um desatino, metáforas, as vozes dos meus alteregos.
outubro 20, 2012
The Tallest Man on Earth - "Revelation Blues"
I was more than just a coward
I was handsome too
I felt nothing when your flood came down
Holding fines that made me wonder
If the lights were wrong
With my hands that never touched no ground
When your talent is in numbers
Of the many times you're gone
I could lie I don't care about forgiving
But sometimes it's just roses
Dying too young
As I’m fencing up the hours
In the fields of red
While you think I'm on a loveless straight
In the letters from the lovers
In a land gone wrong
Explanations always written late
When your talent curse the framing
Of the crying you heard sung
I could lie I don’t care about what’s missing
But sometimes it's just roses
Dying too yard
Your train of thoughts
Always passing here
When its falling paint
And its broken gears
It's the damn revelation blues
When you see the path
And you know you won't be the last
Oh Lord
Oh Lord
I was more than a terror
I was crying too
But you showed me in the gusts between
That a wind is sometimes broken
And it's flying path
Has no meaning nor a ghost within
When your talent is in hiding
That your feeling is always wrong
And I always want to bring you something
But sometimes they're just roses
Dying too young
When your talent is in hiding
That your feeling is always wrong
And I always want to bring you something
But sometimes they're just roses
Dying too young
outubro 14, 2012
setembro 09, 2012
junho 18, 2012
Carta de silêncio

junho 13, 2012
abril 30, 2012
"Tenho trabalhado tanto, mas sempre penso em você. Mais de tardezinha que de manhã, mais naqueles dias que parecem poeira assenta e com mais força quando a noite avança. Não são pensamentos escuros, embora noturnos…
Sabe, eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você ou apenas aquilo que eu queria ver em você. Eu queria saber até que ponto você não era apenas uma projeção daquilo que eu sentia, e se era assim, até quando eu conseguiria ver em você todas essas coisas que me fascinavam e que no fundo, sempre no fundo, talvez nem fossem suas, mas minhas, e pensava que amar era só conseguir ver, e desamar era não mais conseguir ver, entende?
Eu quis tanto ser a tua paz, quis tanto que você fosse o meu encontro. Quis tanto dar, tanto receber. Quis precisar, sem exigências. E sem solicitações, aceitar o que me era dado. Sem ir além, compreende? Não queria pedir mais do que você tinha, assim como eu não daria mais do que dispunha, por limitação humana. Mas o que tinha, era seu.
Mas se você tivesse ficado, teria sido diferente?
Melhor interromper o processo em meio: quando se conhece o fim, quando se sabe que doerá muito mais — por que ir em frente?
Não há sentido: melhor escapar deixando uma lembrança qualquer, lenço esquecido numa gaveta, camisa jogada na cadeira, uma fotografia — qualquer coisa que depois de muito tempo a gente possa olhar e sorrir, mesmo sem saber por quê. Melhor do que não sobrar nada, e que esse nada seja áspero como um tempo perdido.
Tinha terminado, então. Porque a gente, alguma coisa dentro da gente, sempre sabe exatamente quando termina.
Mas de tudo isso, me ficaram coisas tão boas. Uma lembrança boa de você, uma vontade de cuidar melhor de mim, de ser melhor para mim e para os outros. De não morrer, de não sufocar, de continuar sentindo encantamento por alguma outra pessoa que o futuro trará, porque sempre traz, e então não repetir nenhum comportamento. Ser novo.
Mesmo que a gente se perca, não importa. Que tenha se transformado em passado antes de virar futuro. Mas que seja bom o que vier, para você, para mim. Te escrevo, enfim, me ocorre agora, porque nem você nem eu somos descartáveis.
...E eu acho que é por isso que te escrevo, para cuidar de ti, para cuidar de mim — para não querer, violentamente não querer de maneira alguma ficar na sua memória, seu coração, sua cabeça, como uma sombra escura."
(Caio Fernando Abreu)
abril 22, 2012
março 26, 2012
"Encontro às vezes, na confusão vulgar das minhas gavetas literárias, papéis escritos por mim há dez anos, há quinze anos, há mais anos talvez. E muitos deles me parecem de um estranho; desreconheço-me neles. Houve quem os escrevesse, e fui eu. Senti-os eu, mas foi como em outra vida, de que houvesse agora despertado como de um sonho alheio.
É frequente eu encontrar coisas escritas por mim quando ainda muito jovem - trechos dos dezessete anos, trechos dos vinte anos. E alguns têm um poder de expressão que me não lembro de poder ter tido nessa altura da vida. Há em certas frases, em vários períodos, de coisas escritas a poucos passos da minha adolescência, que me parecem produto de tal qual sou agora, educado por anos e por coisas. Reconheço que sou o mesmo que era. E, tendo sentido que estou hoje num progresso grande do que fui, pergunto onde está o progresso se então era o mesmo que hoje sou."
(Excerto do fragmento 213, do Livro do Desassossego, de Fernando Pessoa)
É frequente eu encontrar coisas escritas por mim quando ainda muito jovem - trechos dos dezessete anos, trechos dos vinte anos. E alguns têm um poder de expressão que me não lembro de poder ter tido nessa altura da vida. Há em certas frases, em vários períodos, de coisas escritas a poucos passos da minha adolescência, que me parecem produto de tal qual sou agora, educado por anos e por coisas. Reconheço que sou o mesmo que era. E, tendo sentido que estou hoje num progresso grande do que fui, pergunto onde está o progresso se então era o mesmo que hoje sou."
(Excerto do fragmento 213, do Livro do Desassossego, de Fernando Pessoa)
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